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quinta-feira, 27 de abril de 2017

VOCÊ GOSTA DE PERDER MUITO OU NÃO GOSTA DE PERDER POUCO ?

Há tempos atrás, uma empresa do ramo alimentício utilizava o seguinte slogan publicitário: “… vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”… Duvido que quem ouviu isso não tenha pensado: “se é fresquinho vende mais… mas também pode vender mais porque é fresquinho… então qual a resposta certa ?”… quando na verdade o que mais valia era ter o biscoito em casa, passar uma manteiga, um requeijão ou comer puro mesmo…

Esse slogan voltou do passado na minha mente depois de algumas conversas com amigos traders sobre: porque não conseguimos controlar nossas perdas mesmo tendo um setup, um plano de trade, tempo de tela etc… ? 

E o que isso tem a ver com o slogan? 

É que depois desses papos surgiu a seguinte dúvida:  “Não gostamos de perder pouco ou gostamos de perder muito?”

Pra mim, essa questão de parar enquanto é tempo, antes de transformar seu gain do dia em loss... tem a ver com "treinar", com "repetir", se "acostumar"... nunca fomos educados para perder... nem sei se existe "educação" para isso, mas o contrário sim, sempre fomos estimulados a ganhar... a chegar primeiro... fora nossa cultura do "jeitinho"... que não curte seguir procedimentos/regras... e nessa profissão trader... a única coisa de verdade que está em nossas mãos é o "quanto queremos perder"... num trade, no dia, no mês etc...

Aqui um paradoxo, porque ninguém entra nesse mercado para perder... todo mundo quer ficar rico no daytrade... e aí chega no stop e o que a maioria que está iniciando faz? Alonga... pensamos: “vai virar”... aí faz médio contra... alonga mais um pouco o loss... aumenta posição... da um respiro... aumenta posição... bate no 0x0... não zera porque “agora vai”... e vai... vai aumentando o loss... mas TODOS grandes "losses" que tivemos passaram antes pelo stop do trade, stop do dia, stop da semana...

Então, enquanto não mudarmos nosso gosto... de perder muito ... para perder pouco... estaremos correndo esse risco... e isso é que nem aquele lema dos Alcoólicos Anônimos: só por hoje... ou seja, todo trade... toda hora... todo dia... o trader vai ter que preferir perder pouco a perder muito... isso é a única coisa que verdadeiramente só depende de nós no mercado... São raríssimos os casos de alguém que tenha ficado rico num daytrade (não conheço), mas tem muito mais gente que se quebra num daytrade...

Ontem já foi... amanhã vai ser ainda... o que você tem é uma "eterna" sucessão de "agoras"... isso que vale... não dormiu bem... está relaxado porque fez um grande gain ontem... quer se f*&%$# hoje?

Digo e repito até fixar : A ÚNICA COISA DE VERDADE QUE ESTÁ NAS MÃOS DO TRADER É O QUANTO ELE QUER PERDER... ESSA É A ÚNICA COISA QUE VERDADEIRAMENTE ESTÁ EM  NOSSAS MÃOS... QUANTO QUEREMOS PERDER NUM TRADE... NUM DIA... ETC... RESTANTE TODO DEPENDE DO MERCADO E NÃO DE NÓS...


Seja simples.

Se você sabe o que tem que fazer, faça-o. Se tiver que “stopar” no loss, “stope” (stopar, do verbo: pare enquanto ainda é tempo).  Depois você grita, chora, da um murro na parede, compra um livro de psicologia do trader, vai fazer terapia… mas nada disso pode te ajudar se você não "agir"...

É tão simples... que complicamos tudo…
É só parar…
Esfriar a cabeça…
Esperar as condições que você estipulou para fazer nova entrada…
Entrar novamente quando for o caso…
Sair no seu stop , gain ou loss…
Não importa…
Mercado são possibilidades…
Não certezas…
E vamos errar…
Vamos perder…
Isso é fato…
Faz parte da vida de trader…
Só precisa assumir o que quer: perder muito ou pouco…
Isso sim está em SUAS MÃOS…


Mesmo com o melhor setup... a melhor internet... o melhor computador... a melhor plataforma... o melhor dia para operar... o melhor ativo para operar… sem disciplina... uma hora... VAI DAR M&#*@...


Paciência gera recompensa. Disciplina gera recompensa.

Pondere... se você vai permitir perder em 20 minutos o que levou horas pra fazer?
Se vale a pena transformar dia de gain em loss?

Existe um botão mágico que resolve todos os problemas. Ele se chama:  “ZERAR”

Pare.
Levante-se da cadeira.
Tome um copo d´água.
Faça uma caminhada.
Tome um cafezinho.

Nada disso vai resolver seus problemas, mas pelo menos, nesse tempo não vai fazer mais cacas.

De  cabeça cheia , com raiva, não é uma boa hora para tomar decisões, quanto mais decidir se deve comprar ou vender um ativo.

Tudo isso pode parecer “blá blá blá” , “papo cabeça”, mas faça suas contas. Pode ser que você acerte 70% dos seus trades, só que os outros 30% de perdas descontroladas são suficientes para levar todo lucro e mais um pouco de você. 

E tem outra, não é só o dinheiro que você perde. Você perde algo até mais valioso que o dinheiro. Sua paz interior, sua auto estima, seu humor, sua confiança e além disso, ainda pode acionar aquele velho conhecido mecanismo “frustração-agressão” e passar a descontar na sua conta (se ainda tiver $$$ na corretora) ou em quem estiver por perto. Vale a pena ?

Algumas perguntas que podem ajudar a dar um “clique”:

*Quando vou desistir de alongar meus stops?
*Quando vou desistir de deixar rolar as perdas?
*Quando vou desistir de sair antes do meu alvo final?
*Se não aguento 5 pontos de gain porque seguro 10 de loss ?
*Se estou fazendo m*&%$#, porque estou com pressa de boletar? É pressa de se f*&%$#?
*Se não estou sendo lucrativo com “X” contratos porque vou aumentar a mão?


Não estou tentando dar uma de professor, uma lição de moral, não sou o dono da verdade, não sou infalível, não é nada disso. Apenas "empatia". Traders fazem as mesmas “m&¨%$” todos os dias. É apenas um "choque" de realidade enquanto ainda é tempo.

Disciplina não tem folga, não tem fim. Vai ter que ser todo dia, toda hora. Um momento que você relaxar, baixar a guarda, subir no salto alto, se achando “O CARA” do mercado, assim VOCÊ pode por TUDO a perder… Porque as m*&%$# que fazemos com 1 mini-contrato faremos com 50 dos cheios (quem é do ramo vai entender a advertência). 

Espero que seja útil para todos os traders que lerem esse post. Eu gostaria de ter lido isso lá trás, no começo da minha jornada. Teria mais chances de mudar mais rápido, com certeza...



sábado, 14 de maio de 2016

Finanças Comportamentais , Psicologia Econômica


A aquisição de conhecimento técnico precede qualquer atividade profissional que formos executar. Na área de investimentos & trading não é diferente. 

O candidato a trader mergulha num mundo de possibilidades à sua frente dentre as quais a escolha do universo temporal a trabalhar: scalper trader, daytrader, swing trader, position trader, investidor ou buy and holder, além das diferentes escolas teóricas de análise fundamentalista (cujo foco é o negócio, as informações financeiras/contábeis e seus múltiplos); a análise técnica/gráfica (cujo foco está basicamente nos preços e na busca de padrões passados que possam se repetir no futuro); a análise quantitativa (que assim como a técnica estuda os preços e suas variações em busca de padrões estatísticos); a análise do fluxo das ordens, também conhecida como tape reading, cujo foco está na identificação do movimento mais forte do mercado levando-se em conta os negócios realizados e registrados no livro de negócios em tempo real ou também conhecido como Times and Trades, além de observação do saldo dos players, das intenções presentes no livro de ofertas (book) e combinações deste. 

A coisa não para por aí e existem outras formas de tomada de decisão de entrar/sair de um negócio baseada em sofisticados algoritmos que podem até incluir aspectos subjetivos como a leitura de palavras-chaves nos principais meios de comunicação digitais/mídias sociais; análise de redes neurais que estudam a configuração e influencia de diversos players no mercado global em busca de sinais que possam demonstrar início de grandes movimentações e até técnicas preditivas de abalos sísmicos empregadas no mercado financeiro com o mesmo objetivo de identificar possíveis movimentos abruptos. 

Após a aquisição de conhecimento técnico o investidor/trader põe a mão na massa e aí começa a ver que a teoria na prática é outra coisa. Há uma fase de adaptação, de refino da técnica, há o período de aprendizagem do dia-a-dia, a aquisição de novas habilidades operacionais e principalmente começa a enfrentar uma coisa que não existe nos livros e nem nos cursos que é a pressão psicológica e emocional, que apesar de serem abordadas em alguns cursos, naquele momento inicial é quase que totalmente ofuscada pelo brilho que envolve a promessa de novos resultados e também pela busca da fórmula mágica que o fará atingir sua tão sonhada liberdade financeira.

 

Pois bem, isso posto, conforme o tempo passa e se a conta corrente só diminuir, o investidor/trader vai ficando frustrado e passa a questionar. Não é incomum nessa fase o investidor/trader pendurar o alvo de suas “críticas” na técnica, no curso, no livro e até no professor. Inicia então uma nova busca com seus pares ou outras fontes de conhecimento a fim de identificar o que está errado. Se apoia em nova “tábua de salvação” e o ciclo reinicia.

Após várias tentativas técnicas, ou mesmo em trocas de idéias se depara com algo que foi pouco ou quase nada estudado e desenvolvido por ele. Esse tópico é relativamente novo e o ramo da “ciência” que o estuda pode receber diferentes denominações tais como Finanças Comportamentais ou Psicologia Econômica e envolve estudos sobre a tomada de decisão do ser humano afim de obter uma compreensão mais profunda e ampla sobre nossos julgamentos e escolhas. Esse ramo da ciência, de acordo com alguns críticos, teve um upgrade após o prêmio de economia recebido por Daniel Kahneman e Amos Tversky em 2002. No Brasil temos também profissionais debruçados sobre o tema, dentre os quais uma das pioneiras é a psicóloga, mestre e autora de livros Vera Rita de Mello Ferreira com excelentes publicações técnicas além da criação de grupos de estudos sobre o assunto. Uma de suas obras é "Psicologia Econômica", fruto de vasta pesquisa sobre a área e ótimo guia de consulta/pesquisa. Entre outros autores gostaria de destacar Aquiles Mosca, economista, mestre em Administração atuando em instituições financeiras em áreas correlatas a investimentos pessoais além de ser autor de livros. Em sua obra “Finanças Comportamentais” Aquiles aborda alguns estudos da área buscando identificar e evidenciar a origem de determinadas tendências que influenciam nosso processo de tomada de decisão nos investimentos e é dessa obra que gostaria de destacar alguns pontos.

 

Logo no início do livro, no prefácio, o autor chama a atenção para o estudo do processo decisório humano e para tal utiliza como exemplo a área da aviação. Cita que cerca de 70% dos acidentes aéreos têm como causa principal a “falha humana” (incluindo-se piloto, controlador e manutentores entre outros). Por conta disso, no meio aeronáutico é dito que um avião não cai, ele é derrubado por uma sequencia de más decisões, tomadas antes e durante o voo, as quais, juntas, começam a formar uma perigosa corrente de acontecimentos. A fim de evitar o acidente, é necessário identificar quando uma corrente dessas está sendo formada e rompê-la antes que seja tarde, e aqui entra o estudo do processo de tomada de decisão. 

Estudos na área revelam que tal processo está repleto de imperfeições oriundas de características inatas, tendências inconscientes, sendo que o que observamos na realidade é uma racionalidade limitada e uma coisa que tem certeza é que ninguém está imune a tais tendências comportamentais. O que deve ser feito então é despertar a consciência afim de identificar essas tendências e se preparar para reagir frente a elas.

Assim como um piloto tem um checklist para rever as atitudes e procedimentos corretos a serem seguidos, aprende assim a jamais confiar em seus instintos e a recorrer aos instrumentos buscando ter um vôo seguro e tranquilo, do mesmo modo o investidor/trader é chamado a estar consciente de suas emoções e aprender como elas influem seu modo de perceber e reagir, aprendem a identificar tais tendências e a resistir a seu apelos, e atuar em direção oposta, apesar de desconfortável, podendo assim gerar ganhos melhores para seus investimentos.



À seguir listo algumas das tendências inatas que afetam e influenciam a capacidade de julgamento e tomada de decisões citadas no livro:

  • Representatividade
    • Equivale a tentar prever o futuro com base no passado. 
  • Saliência ou Disponibilidade
    • Fatos raros porém amplamente divulgados e disponíveis na mídia, ampliando o efeito da representatividade
  •  Efeito Contágio
    • Associação direta com base em características limitadas de semelhança entre envolvidos. Por exemplo: acidente com avião da Gol derrubou ações da Tam.
  •  Efeito Manada
    • Necessidade de agir em conformidade com o grupo. Errar em maioria é menos estressante, ao passo que conviver com possível erro de posicionamento contrário ao grupo é constrangimento que a maioria evita.
  • Solução Média (Teoria do consumidor)
    • Quando a escolha envolve resultados contraditórios a grande maioria opta pela solução média.
  • Auto-Atribuição
    • Atribuímos a nós mesmos o crédito por resultados passados favoráveis, mas sobre os quais tivemos pouca ou nenhuma influência. Isso leva a excesso de confiança que leva a mudar mais de posição que leva a pior desempenho.
  •  Excesso de informação
    • Pensamos que quanto mais, melhor, porém estudos apontam que não. Decisões acertadas são tomadas com base em conjunto limitado de informações de alta relevância.
  • Ancoragem
    • Tendência de focalizarmos a atenção sobre um número/informação e usá-lo como ponto de referencia no momento que precisamos fazer uma estimativa.
  • Aversão a Perdas
    • Quando algo é desagradável oupenoso tentamos evitá-lo, e caso não seja possível tentaremos ao menos minimizar o sofrimento.
  • Efeito Disposição
    • Conservar na esperança de recuperar . Dificuldade de se desfazer de um ativo perdedor.
  •  Efeito "Mordida de Serpente"
    • Perdas significativas ficam registradas na memória fazendo com que o investidor evite tal ativo no futuro ou causando dificuldade em recomprar um ativo perdedor, ou seja, um impacto passado (negativo) afetando decisões presentes.
  •  Viés de Status Quo
    • Tendência a manter as coisas inalteradas, podendo gerar paralisia frente a decisões de investimentos principalmente os perdedores.
  •  Efeito Dotação
    • Desvio ou sobreestimação do valor de bens que possuímos, podendo gerar a resistência a vender algo que já possuímos.
  •  Viés Nacional/Regional
    • Resistência ao investimento no exterior/em outras regiões interferindo na diversificação das carteiras de investimentos.
  •  Pensamento em Grupo
    • Deterioração da capacidade e eficácia cognitiva, ou de tomada de decisão, oriunda de pressão social e do julgamento moral existente em qualquer grupo.
  •  Polarização
    • Ampliação da importância de uma visão ou idéia predominante de um grupo.
  •  nero x Risco
    • Mulheres são mais cautelosas frente ao risco
    • Homens focam mais o desafio.


Para quem se interessou pelo livro e quer ver como se proteger desses viéses, me parece que a edição está esgotada, então a alternativa é tentar encontrar um bom exemplar em sebos. Fica aqui a sugestão de um virtual, não me esquecendo de deixar bem claro que não recebo nada em troca tanto do autor quanto do sebo, a não ser a satisfação de poder ajudar outros investidores/traders com a informação: 

http://www.estantevirtual.com.br/b/aquiles-mosca/financas-comportamentais/1164355096

 
Links de vídeos:

Aquiles Mosca 

Vera Rita de Mello Ferreira 

Daniel Kahneman

Mark Douglas

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Finanças Comportamentais - Aquiles Mosca

Palestra breve sobre finanças comportamentais proferida por Aquiles Mosca no Seminário de Private Banking da ANBIMA 2012.

A palestra versa sobre o comportamento do investidor, a credibilidade dos gerentes/gestores das instituições financeiras, o que faz um cliente seguir as recomendações dadas? Como os humanos aprendem ?


Apesar de estar falando para o público das instituições financeiras, pode servir de alerta e fazer as pessoas (clientes) refletirem antes de aceitar qualquer recomendação.
"Nós não exigimos muito para obedecer uma figura de autoridade, ainda que seja uma autoridade aparente."


 






"People before numbers"

.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Finanças Comportamentais

Excelente série "A Bolsa na Cabeça" sobre psicologia do trade e do trader que custa mais de R$400 e que foi disponibilizado gratuitamente no Youtube. Vale muito a pena conferir os 92 vídeos divididos em 15 temas, pois como comento no meu texto pra quem está pensando em começar a operar ou já opera (link aqui), a parte emocional/psicológica é importante para a consistência dos bons resultados.

Obrigado Bo Williams por ter disponibilizado a série e obrigado ao Márcio Pires pelo aviso.

;)

Link: Série "A Bolsa na Cabeça" de Bo Williams

Playlist do canal A Bolsa na Cabeça no Youtube: Playlist A Bolsa na Cabeça


 Videos sobre Psicologia do Trader


quinta-feira, 16 de abril de 2015

Para Pensar e Refletir

Essa semana li um texto do Mark Ford e achei que tem a ver com quem está iniciando no mundo dos investimentos em ações, por isso resolvi publicar uma parte aqui. Ele discorre sobre algumas razões pelas quais as pessoas não tomam atitudes e uma possível solução. 

Comecemos pelas razões:


"*Falta de confiança: Pessoas que ainda não foram bem sucedidas na vida e não acreditam que possam ser, mesmo se estiverem totalmente preparadas para o sucesso.

*Medo da dor: Algumas pessoas veem a tomada de atitudes como trabalho e o trabalho como uma forma de dor. Essas são normalmente as pessoas que nunca tiveram o prazer de trabalhar em algo de que gostam.

*Preguiça: Além do medo do trabalho, os seres humanos são programados para serem preguiçosos. Isso significa tentar conseguir o que querem com a menor quantidade de esforço possível. Algumas pessoas não tomam atitudes pois querem encontrar uma maneira mais fácil."


Talvez seja por isso que investidores iniciantes estejam sempre atrás de dicas e de trading systems que sejam o Santo Graal? Seria falta de confiança, medo de tomar decisão errada e com isso gerar dor ou pura preguiça? Enfim, investir é tomar decisões. Certas ou erradas só o tempo revela, mas aprenda com elas e a cada sucesso, cada operação bem feita, o que não necessariamente será um bom resultado financeiro, recompense. Por que? Veja na continuação do texto abaixo:


Uma possível solução:
            
..."Não há nenhum mistério nisso. Cientistas comportamentais sabem que a maneira de mudar o comportamento de uma pessoa é motivando-a através de um reforço positivo.

Foi isso que B.F. Skinner disse no livro A Brief Survey of Operant Behavior (Uma Breve Pesquisa sobre o Comportamento Operante):

            Sabe-se há muito tempo que o comportamento é afetado por suas consequências. Nós recompensamos e punimos pessoas, por exemplo, para que elas ajam de maneiras diferentes... O reforço operante não somente dá forma à topografia do comportamento, mas mantém sua força muito depois da formação de um operante. "



 Think about it ! Act right now!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Finanças Comportamentais

Como conquistamos a independência financeira? Como fazemos escolhas de investimentos? É possível alcançá-la sem ter disciplina, conhecimento e atitude?

Há uma estatística ( http://www.baaa-acro.com/Statistiques%20diverses.htm ) relatando que 67,57% dos acidentes aéreos têm como causa a falha humana ( incluindo-se os pilotos, os controladores de tráfego aéreo e os manutentores), através de uma sequência de más decisões, tomadas antes e durante o voo, as quais, juntas, começam a formar uma perigosa corrente de acontecimentos. Para que o acidente seja evitado, ao menos um elo dessa corrente precisa ser quebrado. 


Esta história contada no livro do Aquiles Mosca – Finanças Comportamentais – é uma bela introdução que nos chama a atenção para o complexo processo decisório humano. Ele cita em sua obra que todos temos características inatas e tendências inconscientes, das quais ninguém está imune, e que tanto afetam o nosso modo “racional” e “eficiente” de tomar decisões com base nas informações disponíveis. Identificar estas características, estar consciente das nossas emoções e atitudes, saber como elas influenciam nossas percepções e decisões pode nos ajudar a reagir melhor frente a elas e a fazer melhores escolhas no dia-a-dia, inclusive em relação aos investimentos.


Hipótese Básica     : Somos 100% racionais em nossas decisões e ações.

Crítica a essa Hipótese : Porque então existem falências, recessões, bolhas? Isso é racional?

O estudo destas questões recebeu o nome de Finanças Comportamentais, que teve início na década de 1980 com Amos Tversky e Daniel Kheneman (prêmio Nobel em 2002).


ESTUDOS
Qual a sua escolha, Cesta 1 ou 2 ?

                        


Resposta Racional     : Maior retorno médio = R$ 8.000 = Cesta 1 (20% dos indivíduos). 
Resposta mais escolhida  : Menor retorno médio = R$ 7.000 = Cesta 2 (80% dos indivíduos)

Porque isso acontece? 

O ganho certo distorce a escolha, a maior parte das pessoas não está disposta a correr risco para ganhar, além de subestimar o potencial de alta de ativos de risco (Efeito Certeza). 

Por isso que no mundo inteiro existe mais dinheiro investido em renda fixa (p.ex.: poupança) onde os ganhos são mais estáveis e previsíveis do que em renda variável (p.ex.: ações) onde a oscilação é bem maior, porém os retornos também podem ser mais elevados quanto mais extenso for o horizonte de tempo de comparação.



Qual a sua escolha agora, Cesta 1 ou 2 ?




Resposta Racional           : Menor prejuízo médio = R$ 7. 000 = Cesta 2 (8% dos indivíduos). 
Resposta mais escolhida  : Maior prejuízo médio =  R$ 8.000 = Cesta 1 (92% dos indivíduos).

Porque isso acontece? 

A maioria das pessoas mostra forte disposição a correr riscos para evitar perdas, mesmo que implique, na média, perder mais. 



“Não somos avessos a riscos, somos avessos a perdas”


O estresse associado à perda é maior que o prazer associado a um ganho de mesma proporção, impedindo a maioria dos investidores aceitar riscos, se isso trouxer a possibilidade de evitar/limitar perdas potenciais. 



Sofremos mais com uma perda do que temos prazer com um ganho. 



O PROCESSO DECISÓRIO






O prazer de ganhar é menor que o estresse da perda.




Perder é muito estressante.



EXPERIMENTO (B. Shiv – Universidade de Stanford – 2.008)

Grupo 1: indivíduos normais

Grupo 2: indivíduos com lesões no cérebro, na região onde se registra o medo

Cada indivíduo recebeu $20 e podia apostar $1 por jogo de cara ou coroa que foi repetido 20 vezes. Se perdesse, perdia $1, se ganhasse a rodada levava $2,50.


Investidor racional: apostaria todas as vezes.

Resultado real: diminuiu a aposta a cada novo arremesso.




Mesmo sendo a expectativa matemática do experimento sempre positiva: (50% * 2,5) – (50% * -1) = +0,75, na vida prática, as emoções, principalmente o medo, interfere em nossa predisposição ao risco, exercendo impacto maléfico na vida dos investidores.

Um indivíduo mediano que ingresse no mercado de trabalho aos 20 anos e que se aposente aos 65 anos, tem 45 anos ao longo dos quais tomará decisões de investimento da poupança formada ao longo deste período, sujeito a essas influências/tendências comportamentais que podem mais prejudicar que beneficiar caso não identifique e mude tais atitudes.



OS 3 MAIORES MEDOS (Fear Factor – Universidade de Cambridge)

Falar em público (90 pontos)
Morte (69 pontos)
Não ter recursos financeiros para o próprio sustento (65 pontos)

Ou seja, um médico que cuida de um paciente enfermo lida com um medo que, do ponto de vista de intensidade, é muito semelhante àquele que um assessor financeiro trata ao conversar com um cliente.


FOBIA DE INVESTIMENTOS (Investment Fobia – Universidade de Cambridge)

50% das pessoas têm aceleração do ritmo cardíaco quando lidam com contas pessoais
11% sentem mal-estar físico (dores de estômago, de cabeça) quando precisam lidar com oi próprio dinheiro.
15% evitam abrir envelopes bancários ou acessar contas via internet para evitar tais transtornos.
23% das mulheres e 18% dos homens foram diagnosticados como portadores de fobia financeira.